Dicas e cuidados na hora de financiar um veículo
Comprar um veículo, novo ou usado, não pode ser um ato feito por impulso, principalmente se a compra envolver um financiamento. Alguns pontos devem ser seguidos à risca para que problemas futuros – e muitas vezes não previstos – não se tornem um fardo a ser carregado. Para tentar evitar ao máximo os problemas recorrentes nesta transação, o Auto Dashboard Brasil fez um compilado de ações que devem ser tomadas antes mesmo de pensar em adquirir um novo carro (veja aqui algumas simulações realizadas pelo Auto Dashboard).
1) Veja os antecedentes do veículo
Se o carro for usado, diversos itens devem ser avaliados antes mesmo de pensar em comprá-lo. O primeiro passo após a escolha do modelo é verificar as condições gerais: motor, pneus, elétrica, funilaria, pintura. “Além disso, existem itens que as pessoas esquecem de verificar, como por exemplo, estofados, acabamentos, funcionamento de acessórios como som, alarme, além de angulação, imperfeições estruturais de suspensão e quilometragem comparada a desgastes de peças”, atenta Viviane Costa, gerente de Relacionamento da Caçula de Pneus. Em complemento, verificar a documentação do veículo, como multas anteriores e quantidade de donos. “Se o carro é relativamente novo e já teve muitos proprietários, vale verificar a causa, não?”, alerta Viviane. Outra situação passível de análise é saber a finalidade para que o veículo era usado. Se fosse de uma empresa, por exemplo, é legal estar ciente se o veículo não está avariado por muito uso e fazer uma consulta ao CNPJ ou sobre o histórico daquela empresa, por exemplo, pode ser indicado.
2) Não pense somente no valor da parcela
Achar que ter o dinheiro da prestação de seu veículo é suficiente é um dos erros muitos comuns cometidos por quem se envolve em um financiamento. Além dos gastos com manutenção, o novo proprietário tem que arcar também com seguro, estacionamento, combustível, IPVA, entre outros eventuais. Por exemplo, a franquia do seguro, pedágio, multas, desgaste de peças ou mesmo pequenas reformas em funilaria e pintura. Não planejar todos os gastos é um dos principais responsáveis por fazer com que a pessoa devolva o carro ou tente refinanciá-lo ou ainda entre na lista dos inadimplentes, que em agosto atingiu 57 milhões de brasileiros, segundo levantamento da Serasa Experian. “A atual situação é preocupante, pois revela que do total da população brasileira com 18 anos ou mais (144 milhões de pessoas), cerca de 40% está inadimplente. Mas não é alarmante, pois o volume de dívidas da maioria não é alto. A situação, no entanto, exige acompanhamento com atenção dobrada”, afirma o superintendente de Informações sobre Consumidores da Serasa Experian, Vander Nagata, que recomenda cautela e educação financeira à população.
3) Não perceber que o carro foi maquiado para venda
Participar da inspeção técnica do veículo pode ser uma boa pedida para escapar da maquiagem que alguns proprietários podem fazer só para garantir a venda. Entretanto, esta é uma ação que você pode verificar por você mesmo. Veja, por exemplo, se as portas estão alinhadas, bem como o teto, parachoques e paralamas. Veja também o desgaste do veículo comparativamente à quilometragem. Desconfie, inclusive, se ela estiver muito baixa pelos anos de existência do veículo. O hodômetro pode ter sido adulterado.
4) Ignorar o custo total do financiamento
Muita gente, na empolgação, esquece de pensar no Custo Efetivo Total de toda a transação que envolve o financiamento. É este item que abrange os encargos das operações de crédito, como juros, impostos. Para saber se estes realmente caberão em seu bolso é essencial fazer uma simulação do valor total da parcela. Além disso, é importante verificar quais seriam estes custos comparando a compra via montadora ou instituição financeira.
O crédito é um poderoso instrumento para o desenvolvimento econômico, mas se for pago. Se houver calote é prejudicial, pois afeta a qualidade de vida dos cidadãos e de toda a cadeia produtiva. Empresas, sociedade civil organizada e governos devem encarar o grande desafio de educar financeiramente nossos consumidores”, aponta Vander Nagata, que pede cautela e sabedoria aos compradores. “Transformar conhecimento sobre educação financeira em comportamento consciente e evitar a compra por impulso ou para ostentação é o desafio do brasileiro, que hoje gasta mais do que ganha e não poupa, apesar de ter consciência da importância destas atitudes.
5) Se empolgar com acessórios em excesso
Frisos laterais, aparelho de som e DVD podem encarecer o valor do carro. No entanto, se engana quem pensa que irá revender o veículo por muito mais somente pela adesão dos acessórios. Primeiramente, porque eles têm um desgaste natural (o que é preciso avaliar mesmo na hora da compra). Além disso, acessórios de “tuning”, como rodas, por exemplo, são caros e é necessário avaliar bem o custo de manutenção.